terça-feira, 11 de outubro de 2011

O NATAL JÁ CHEGOU!

Faltam mais de dois meses para a chegada do período de festas, mas as empresas já estão correndo para oferecer os melhores 
brindes e os melhores eventos para os seus colaboradores.

É sempre assim. Logo cedo em novembro, às vezes já em outubro, a cidade começa a ser enfeitada, as fachadas dos prédios iluminam-se, as árvores de Natal começam a tomar os espaços públicos. Mas as compras ficam para depois. É bem possível que você, caro leitor, deixe para fazer as suas na última hora, talvez na noite do dia 23 ou na tarde do dia 24 de dezembro. No entanto, é preciso deixar claro que essa é uma tática que só dá certo no varejo e no conforto de um shopping center. Isso porque, no mundo corporativo, se você não estiver tratando do tema “brindes e festas de final de ano” mais ou menos no mesmo período em que lê esta matéria, talvez seja tarde demais.


Uma das principais tendências do mercado de brindes de final de ano, segundo a gerente comercial Alessandra Camilo, reside no oferecimento de presentes mais customizados. “Há diversas companhias que, além da cesta de Natal padrão, com todos os alimentos, vinho, frutas secas, etc., pretendem dar uma bolsa para as mulheres profissionais, um jogo americano, ou ainda um porta-vinho para os homens casados”, revela.

O caminho da maior customização dos brindes é certamente uma tendência interessante, mas reforça a necessidade de os profissionais de RH estudarem o perfil dos funcionários, para que um brinde adequado e agradável seja oferecido. “Há sempre o risco de o brinde virar um mico e, depois, motivo de chacota. Não precisa ser assim”, coloca o consultor Rodrigo Coelho.

De acordo com uma sondagem feita para esta reportagem junto ao RH de três empresas, a média investida com as compras de cestas de Natal no ano passado ficou em torno de R$ 60,00 por colaborador, o que deixa claro que para uma simples “obrigação” o investimento pode ser alto demais. Melhor que tenha retorno através da satisfação da equipe.
No caso das famosas festas de confraternização de final de ano, os preceitos são basicamente os mesmos: os preparativos devem ser feitos com antecedência e de maneira criteriosa no que tange aos colaboradores das companhias. Rodolfo Sena Júnior, diretor de uma empresa de eventos de São Paulo, afirma que as empresas têm pedido cada vez mais, em termos de inovação, a organização de festas temáticas. “Geralmente, esse tipo de evento gera mais adesão e as pessoas se soltam mais”, coloca.

Basicamente, o segredo da contratação de um serviço de promoção de uma festa como essa reside no cuidado que o RH deve ter ao transmitir as necessidades da empresa para a empresa contratada. “É justamente para facilitar a vida do profissional de recursos humanos que as empresas organizadoras entram na jogada. Só que muitas vezes, se a sintonia não é legal, tudo fica meio atrapalhado”, diz Sena Júnior. Realmente, a transparência acerca do que pode ou não acontecer durante a confraternização é essencial e deve partir da área responsável pelo bem-estar das pessoas. Alguém arrisca um palpite?
De acordo com Sandro Dias Neto, gerente de RH de uma companhia do setor hoteleiro, o momento ideal para lidar com as compras corporativas relacionadas ao fim do ano é agora, no mês de outubro. “Já aconteceu de nós deixarmos para comprar as cestas de Natal de nossos funcionários no final de novembro e foi muito constrangedor, porque o fornecedor não entregou a tempo. Resultado: todo mundo saiu de férias e recebeu os brindes em janeiro. Foi muito chato”.

“A verdade é que independentemente do que você esteja comprando ou oferecendo para os colaboradores, é preciso muita atenção para as peculiaridades do grupo de trabalho e muito esforço para antecipar alguns problemas”, aconselha Sandro Dias Neto.

De fato, as especificidades do capital humano configuram aspectos interessantes quando se fala em brindes de maneira geral. Isso porque o tiro pode sair pela culatra se todo o processo for mal estudado e executado. Você consegue imaginar, por exemplo, o mal-estar que uma cesta com carnes congeladas poderia gerar em uma equipe de profissionais vegetarianos?

O consultor de gestão de pessoas Rodrigo Coelho, que atua em Porto Alegre, diz: “Muitas empresas ainda tratam os ‘agrados’ de fim de ano como apenas ‘mais uma obrigação que temos de cumprir’. Não deve ser assim. Quando não há condições econômicas de se fazer uma festa de confraternização ou distribuir cestas de Natal, isso deve ser passado para os funcionários de maneira clara e transparente. Agora, quando é possível, deve ser bem-feito”.

Para Coelho, é imprescindível que as empresas, através de suas áreas de recursos humanos, estudem o perfil de suas equipes de trabalho na hora de promover uma festa ou oferecer algum brinde. “Não pode ser uma coisa imposta, de cima para baixo, senão perde o sentido de ‘recompensa por um trabalho bem-feito durante o ano todo’. Por exemplo, numa festa é preciso atentar para os colaboradores que não são cristãos e mostrar a eles o propósito do evento; é preciso oferecer comida adequada para os diabéticos, entre várias outras coisas.


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